sábado, 27 de junho de 2015

As Tradições - O verso e o reverso

         A Queima do Gato, ou melhor da gata em Mourão, acendeu um rastilho que, rapidamente, se tornou viral na internet e fora dela. Em Portugal, já há legislação e, atentar contra a vida dos animais de companhia já é crime. No entanto, esta dita tradição já dura há décadas e nunca soubemos de nada. Não obstante tudo isto,a questão que se coloca é a seguinte: «Valerá tudo para manter as tradições vivas?»
       Em Mourão, a população está tão enredada na sua dita tradição  - que não são capazes sequer de ver que o acto praticado não é mais do que uma selvajaria, uma cobardia e mais do que tudo isso, é crime.
        Por acaso, essas pessoas também gostariam que as colocassem num poste e acendessem fogo no rabo lá por baixo? Com certeza que não. Caros senhores, não se trata de manter tradições; mas sim, de manter  uma barbárie contra um ser vivo. Se querem queimar alguma coisa, queimem um objecto e não um ser vivo. A gata não morreu, mas sofreu e depois ainda dizem que a gata está bem e que é a mesma desde há quatro anos...
       Pergunto eu, como pode estar o animal bem se foi queimado?  - Por acaso, senhora, dona da gata, se a senhora se queimar no seu fogão a cozinhar, nem que seja um bocadinho, não lhe dói?  - Então, não venha dizer às pessoas que a gata está bem.
     Deve-se acabar com as tradições? Claro que não; deve-se acabar sim, com aquelas que são um atentado à vida de um ser vivo. Não podemos conservar tradições, em que não haja respeito por qualquer ser vivo, por tradições bacocas e sem sentido que só servem para alimentar idiotices em nome de uma suposta tradição de  uma população, que não entende que esses costumes são bárbaros, atrasados e não as dignificam em nada, nem às suas terras.
      Não vou agora dizer que as pessoas de Mourão são más, ou que são todas más; todavia costumes destes são costumes de gente atrasada, pouco evoluída, resistente à mudança, que continua a achar que vale tudo em nome da tradição.
      Caras senhoras e caros senhores dessa aldeia, o mundo tem de evoluir...já repararam em que século estamos, por que carga de água insistem em costumes da Idade Média?! Por prazer, por tradição? Tenham mas é juízo e arranjem um objecto para queimar e deixem os gatos estarem em paz. E, à senhora que deu a gata a imolar, tome juízo e pode muito bem ser condenada, Maltratar animais já é crime... É hediondo. Não é de quem ama e gosta de animais
   Parece que agora, também se descobriu que numa aldeia, numa festa também se divertem a matar um galo e a o enterrarem no final. O enterro do galo é feito em Ruivós, Sabugal. A diversão é enterrar o animal, mas antes acertar-lhe na cabeça com uma enxada e matar o galináceo  à paulada...
    Touradas, outro costume/tradição do arco da velha, outra «cena» altamente arcaica...
    Não confundamos tradições com costumes estúpidos, ignorantes... Se Portugal, se diz um país evoluído, estas coisas, não deveriam acontecer...
    Tão mau ou pior do que tudo isto e, inclusivamente queimar gatos é pessoas de mente queimada, chamuscada, que querem continuar a viver na ignorância...que vivam, mas respeitem os outros seres vivos.
    A humanidade ainda tem muito que evoluir. E, no que concerne a estes casos, parece que Einstein tinha razão: «A tradição é a personalidade dos imbecis.»




    

       
   

quarta-feira, 24 de junho de 2015

As Novas Aventuras do Cão Vicente O São João



E, neste dia ,  de São João, temos de novo «em cena», o nosso amigo, cãopanheiro e cãostrangedor Cão Vicente: o cão desagradável, tosco, totó e descãotente.
Por ser dia de São João, resolveu ir festejar o famoso santo popular, de martelo na mão, lá foi ele, todo cãotente com a cauda a dar a dar.
Primeiro foi a Braga e aproveitou para rezar...no dia 23, de noite, pegou no seu martelo e foi festejar.
O CãoCrodilo também o acãopanhou na cidade dos arcebispos  -  a Roma portuguesa: foram armados em cãoquistadores à portuguesa.
A caminho da cidade do Bom Jesus foram de automóvel numa cãoducão com excesso de álcool, cãoducão pela esquerda e ultrapassagens pela direita,: apareceu logo a polícia e a multa foi bem feita. Depois desta desventura, desta descãosolacão; mas mesmo assim, lá foram eles, para o São João.
Em Braga morava o ainda não cãonhecido arqui-inimigo do Cão Vicente: o Gato Miadela - que lhe tinha um ódio de morte, mais do que a sua ex-cadela. O nosso cão cãospirador e armado em cãoquistador,  quis  cãoquistar a esposa do Miadela - a Gata Assanhada e, desde então, o gato tem estado à procura do cão, para lhe dar uma surra danada!
Agora, que o Cão Vicente, estava tramado - o gato Miadela, iria tecer a sua vingança e iria ser um cãofronto cãostrangedor; em vez das típicas marteladas, o cão iria sentir uma grande dor. Levou tal xarope de marmeleiro e estava negro como um tição - parecia até uma sardinha queimada num fogareiro de São João!
Até o CãoCrodilo, no pelo levou, coitado, ficando também negro o pobre desgraçado. E, assim, tiveram de fugir  do cãoflito passado naquela bela cidade e rumaram até ao Porto a grande velocidade!
  Pareciam que tinham fogo no traseiro e tinham uma cãocussão cerebral - mas queriam ir primeiro ao São João, antes de ir para o hospital.
Foram comprar 2 manjericos e comer sardinhas assadas; mas estavam tão doridos e doía mais com as orvalhadas.
  O Gato Miadela tinha ido atrás deles, andava ainda à cãocetada...lá iam eles a fugir pelas Fontainhas, com martelo e manjerico na mão...o gato, estava fulo e passaram a noite no Hospital de São João, mas em vez de ambulância chegaram de balão.
Ainda estavam um pouco pinguços e com o corpo a doer , cãobalidos- nunca mais vão esquecer este dia de São João, ah, pois não, podem crer!



Soneto - Esmoriz - A Sereia do Mar


Terra à beira-mar plantada;
Princesa dos contos de encantar...
Beleza invulgar, quase imaculada...
Sereia/princesa que habita no mar!


Cidade de gente simpática e laboriosa,
Das praias, do mar, do pinhal...
Casa temporária da poetisa graciosa...
Tela pincelada a maresia de Portugal!


Esmoriz -  barril nobremente trabalhado...
Arte/trabalho, quase derradeiro...
Escultura esculpida pelo malho do tanoeiro!



Esmoriz, é a voz da sereia a cantar...
Melodias musicadas pelo mar...
Que convidam os turistas a nos visitar!


poema de Ana Roxo 23 de Junho de 2015

quarta-feira, 10 de junho de 2015

As Novas Aventuras do Cão Vicente - O Dia de Camões


O DIA DE CAMÕES

      Mais uma vez e, porque é dia de Camões, de Portugal e das Cãomunidades, cá temos as Aventuras do Cão Vicente: o cão que arma sempre cãofusão, o cão cãonastrão, armado em especialista camoneano e aldrabão!
Agora, o cãoceituado Cão Vicente, armado em importante, como lhe é natural, resolveu homenagear aquele que é cãosiderado o maior poeta de Portugal.
No dia 10 de Junho, dia muito importante para o país - este cão, cãotagioso na asneira, resolveu, logo, homenagear o famoso Luís.
  Cãomeçou por declamar «Os Lusíadas», mas nada daquilo, entendia: não podia dar a pata a torcer, para não ficar mal na fotografia!
Das Armas e do Barões assinalados e de tudo o resto, era um cãovicto  ignorante, até  tinha medo e acreditava na veracidade do Adamastor, este ignóbil e cãopioso tratante!
Ao analisar a obra, então, é que foi: até uma  cãotusão na alma do poeta, causou: cãofusão, atrás de cãofusão, até os cantos trocou!
Nem sabia o número de cantos, nem o que era um verso ou uma estância -era de bradar aos céus a sua cãostante ignorância! Este néscio cãoterrâneo, era mesmo de aos céus bradar: nem com os deuses do Olimpo e as Tágides, ele iria, cãorrectamente, os versos analisar!
O que ele queria era chegar à Ilha dos Amores; já estava cão pensamentos pecãominosos e nem todos os velhos do Restelo, serviriam para travar estes cãostrangimentos libidinosos. Fez  uma análise muito livre deste canto amoroso, naquela cãobeça torta ia um bacãonal jeitoso! Até Baco, se cãotorceria, cão  desfaçatez tamanha, nem cão todo o vinho do mundo, seria possível tal patranha!
Nem um Cãocílio dos Deuses, o poderia salvar: estava cãodenado a ser um idiota cãotínuo  e sem se saber cãotrolar.
Mesmo que ele quisesse, nunca passaria além da Taprobana: se as asneiras dele e os pensamentos cãotassem e, sem passar pela Casa Partida ele, iria directamente de cana!
O pior, porém; foi quando ele à lírica, passou - novamente um cãotrabando  de parvoíces, cãotagiantes asneiradas sem fim; mas, também não se poderia esperar melhor de um cérebro que só cãotem amendoim!
O pior, cãotudo, foi quando, ele meteu naquela cãobeça, que poeta se queria tornar, aproveitando a deixa de um Coelho que o mandou emigrar!
Ele não entendia patavina de poesia, nem sabia sobre rima solta, nem de versos a rimar: a asneira não saia a cãota-gotas, mas saía depressa e sem cessar!
Ele, até tentou, o poeta ilustre cãopiar, mas saiu algo com erros e assim:

Verdes, são os cãompos
Do meu cãoraçom...
Cada vez que me apaixono...
Lebo um grãode melão!


Amor, é fogo que arde sem se ver,
É ferida que doi e não se cente,
É um cãotentamento descãotente,
É dor que desatina, e me faz aquilo que não bou escerever!

       Diante de tamanha poesia cãotraproducente, pelo meio ainda bebia um cãopozito de aguardente!
Neste dia 10 de Junho, quis também festejar Portugal e as Cãomunidades: resolveu, entrar, então numa cãorrida para flertar as divindades! Armado em poeta, para as musas cãoquistar, recebia era um par de estalos por causa das ordinarices que estava a ladrar!
Igualmente cão(Vencido) de que era um atleta de excepcão, vencido pela fadiga, desmaiou e caiu no chão. Vieram os para-médicos e  um bombeiro, que apesar de o ajudar já sabia da sua fama de cãocubineiro!
Depois de tanta desventura e de tanta asneira a proliferar de par em par, hoje é dia de aproveitar o feriado e de Camões, cão toda a certeza, louvar!

Amor é um Fogo que Arde sem se Ver
Amor é um fogo que arde sem se ver; 
É ferida que dói, e não se sente; 
É um contentamento descontente; 
É dor que desatina sem doer. 

É um não querer mais que bem querer; 
É um andar solitário entre a gente; 
É nunca contentar-se e contente; 
É um cuidar que ganha em se perder; 

É querer estar preso por vontade; 
É servir a quem vence, o vencedor; 
É ter com quem nos mata, lealdade. 

Mas como causar pode seu favor 
Nos corações humanos amizade, 
Se tão contrário a si é o mesmo Amor? 

Luís Vaz de Camões, in "Sonetos




sábado, 6 de junho de 2015

As Novas Aventuras do Cão Vicente

A Cãosoada


Aqui se apresenta de novo o Cão Vicente: o cão natalício, mas que só liga a um bom presente.
Hoje é dia de cão soada na casa do Cão prepotente: a cadela, não voltou da lua-de-mel e acabou por ficar num bordel! Então, triste, só, sem estilo: tinha só a cãopanhia, da mãe, do pai, da velha tia e do amigo CãoCrodilo…
Esperava receber muitos presentes e não dar nenhum: comprou tudo a cãotragosto e tudo cãotrafeito e não era nada de jeito. Ele era mesmo um grande sovina; por um lado, livrou-se de boa a ex-cadela CãoCertina.
A mãe foi cãonivente e ficou no Cãosaquistão com a filha mal cãoportada , cãotudo, foi tudo uma grande fantochada!
Havia um presépio, uma árvore de Natal e até um Pai-Natal, mas, em cãotrapartida faltava o espirito de Natal.
Comeram peru, porque o cão não gostava de bacalhau famoso– cãomeram frutas e doces cãoseiros , mas não foi assim tão gostoso! O peru estava muito cãodimentado e causou descãoforto intestinal e acabaram todos por ir parar ao hospital.
Vieram cedo de lá e depois o Cão ficou sozinho sem ninguém mais para a cãosoada: comeu cãoservas (porque não tinha dinheiro) e jogou cãosola até à alvorada.
Esperava receber mutos presentes: para ele, era isso, o mais importante
Mas, antes, por volta da meia-noite, a sua mãezinha levou- o a ir à Missa do Galo, não foi nada cãodescendente , pois, para ele ir, teve de obrigá-lo.
A eucaristia foi celebrada pelo cão(Frade) Cãorado, um padre cãogolês, que falava mal o Cãotuguês. Ele também era muito cãomilão e só gostava de cãomarão e pertencia a uma cãofraria e ,era ele, o que mais comia.
À vinda de missa, o Cão veio em cãotramão – apanhou uma multa valente e ficou sem tostão!
Depois de uma véspera cãoturbada, veio o dia de Natal –em casa da mãe e a comer caldo de galinha sem sal.
E, por quê? Porque bebeu muito cãonhaque…ficou tão mal disposto que até parecia que lhe ia dar o traque. Então, a cadela-mãe, fez uma sopinha e uma scomidas cãofeitadas com amor e, logo ele ficou melhor.
Mas este cão, além de azar, era aldrabão e cãogratulava-se das suas façanhas: esperava a passagem de ano, para as suas incãocebíveis artimanhas!
A mãe bem lhe dizia:
 - Ganha tino, ó Cão Vicente, vê se entras nos cãoformes, por favor - para o ano estuda Cãotabilidade para seres um doutor. Fizeste tanta borrada este ano, mas que cãofrangedor!
 - Aprende, Cão Vicente, retorquiu o CãoCrodilo: cãosciencializa-te das tuas asneiras incãosequentes , porque, senão, algum dia, alguém se chateia e ficas sem dentes!

A Cãosoada ficou estragada e o Natal também: vamos ver como ele se portará na passagem de ano e para o ano que vem!

terça-feira, 2 de junho de 2015

A Ave da Minha Infância

A AVE DA MINHA INFÂNCIA

Perdida em tempos imemoriais,
Vivia a ave da minha infância
Beleza de tempos ancestrais...
Rainha intemporal da exuberância...

Nas suas penas, a negritude
Abraçando a alvura também...
Voando livremente na altura...
Anjo alado de aquém e de além!

Havia mais rainhas da beleza,
Mas, aquela, era com certeza,
A divina, a magnânima alteza!

Entretanto, quase desapareceu,
Vítima precoce do progresso,
Aquela prodígio do céu!

Hoje em força voltou,
Há quem a associe à morte,
Mas ela é vida, é norte...
A pega, que no neu coração ficou!






segunda-feira, 1 de junho de 2015

Criança

A ti, nobre  e bela criança
Com sorriso de vivacidade,
Transportas no olhar, esperança
E, no coração, a amizade!


Tu, menino de tenra idade...
Que, com uma bola, estás a jogar,
Pontapeias amor e liberdade...
Nessa bola, que é o mundo a girar!

Tu, menina de sorriso divino,
Que levas a tua boneca pelo braço...
Tal como uma mãe que dá um abraço!


Tu criança que estás a sofrer,
Tu, criança feliz, ser de luz,
Dai todos as mãos a Jesus.
Ele é força-motriz que voz conduz!