quinta-feira, 28 de dezembro de 2017




Não são raríssimas as vezes,
Que eu gosto de escrever,
Em verso ou em prosa.
É só o coração escolher.


Confesso, que, modo geral,
Prefiro a arte de rimar
É nos versos da vida,
Que eu me vou inspirar!

Até a corrupção, pode ser mote...
Vivemos num país a saque,
Espero que se note!

Não são raríssimas, as vezes,
Em que o chico-espertismo, impera.
Ladrões, corruptos, aldrabões...
Tornaram-se filhos da bruta fera!

Das roupas caras que se compra,
E à comida, que, pobre, não senhor
A riqueza, é a mais certa pobreza,
Daquele que não é nada, de facto,
Mas acha que deve ser doutor!

Ai, tanta gente que quer gambas,
E muito dinheiro quer ter
Tem cuidado que descambas!
Com a doença, pobreza do outro,
Riqueza, não deverás fazer!


E, é, para isto, que a poesia ,
Também deve, contudo, servir,
Ser a voz do povo silenciada...
Uma forma diferente de intervir!

Não suba o sapateiro, além da chinela,
Já diz o velho e desgastado ditado,
Mas neste país belo, mas corrupto.
Há muitos corruptos em cada costado!


Imagem: http://www.impala.pt/noticias/rarissimas-e-a-internet-disse-de-sua-justica/

Um bom ano de 2018

Desejo um próximo ano de 2018,
Que corra a todos de feição,
Desejo a toda a gente de coração!
Desejo à família, aos amigos, ao vizinhança,
Amor, paz, saúde, dinheiro, nunca é demais...
Ano que nasça com o condão da Esperança!
Que os sonhos se possam concretizar,
Que nos despeçamos deste ano de 2017
Com alegria, mas para dentro de nós a olhar,
Para que possamos espiritualmente crescer.
Unidos nesta felicidade, que é Amar!

Soneto à musa da poesia

Rosa perfumada, neste dia nascida.
Rosa com os espinhos do triste fado.
Não chegaste à Terra Prometida,
Aquela tal do Amor do Palácio Venturado.
Ó prosadora, poetisa, de alma portuguesa,
Artista das letras, da púrpura singeleza,
Nasceste, morreste para sofrer, ó Florbela,
Noblíssima pescadora da escrita mais bela!
Anjo caído com asas doiradas pela poesia,
Rosa alva, púrpura e negra, cedo tombada,
A cada dia 8 de Dezembro, sempre relembrada.
E foi a amar perdidamente. com o sangue,
A Alma em ti, tão cedo, partiu descontente,
Que até Camões te cantaria, numa poesia eloquente!
Florbela d'Alma da Conceição Espanca, nasceu a 8 de Dezembro de 1894 e pôs termo à sua vida em 8 de Dezembro de 1930.
Foi uma poetisa e prosadora portuguesa, nascida em Vila Viçosa, morreu em Matosinhos. Passou por Coimbra, Lisboa, Algarve, Esmoriz e um pouco por todo o país. Hoje também é o dia dela. Hoje é também o dia da Imaculada Conceição. Até ela tinha Conceição no nome. Em outros tempos, celebrava-se hoje o dia da Mãe. Florbela nunca conseguiu ser mãe. Os filhos morreram-lhe no ventre.

8 de Dezembro de 2017

Contrários

Muitas pessoas, dizem andar de feição,
Mas elas é que andam ao contrário.
Acham que quem é diferente é sem noção,
Mas elas é que não saem do seu próprio calvário!

Ser negra ovelha do rebanho, ser diferente
Nem sempre é realmente algo de desprestigiante.
Quem se acha melhor, é na verdade, prepotente
E espelha em si a imagem que acha do errante!

Não podem ouvir verdades, bem simples, sim
Lá por todo o mundo dançar a mesma dança,
Não quer dizer que essa sirva para mim!

Nem sequer quer dizer que eu queira dançar,
Posso apenas querer escrever, pintar, cantar...
Não aceitam quem eles acham não ser normal.
Mas afinal, digam lá que conceito é esse, afinal?

Fruto do desdém e do preconceito balofo,
Alimentado com doses excessivas de ignorância.
Bebem intolerância a quartilho... copo amorfo!

Ninguém tem o direito de o outro julgar,
As opções de cada um, o seu modo de ser
Se não estiverem o outro constantemente, a prejudicar.
Não vejo mal, sinceramente, deixem o outro viver!

Deixem o preconceito, a fanfarronice de lado,
Cada um procura a felicidade a seu modo,
Mesmo que não seja do comum agrado!



12 de Novembro de 2017

O Halloween

Hoje, dizem ser do Halloween, o dia;
Mas, é, um dia que nem nos diz respeito,
Até, porque constantemente, ó quem diria!
Vejo bruxas quotidianamente a torto e a direito!
Muitos mascaram-se hoje e no Carnaval,
Porém, usam, sempre máscara e um dia irá cair.
Armam-se em gente vip e acham-se no pedestal.
São mais bruxas que qualquer bruxa a nível mundial!
Todos os dias vemos já seres horripilantes,
Com mil demónios, vampiros, criaturas errantes...
Quem me dera esquecer cada encontro insconstante,
Depois lembro-me que não tomo o medicamento do elefante!
Por vezes, até eu, uma bruxa, sou, se calhar,
Aos olhos daqueles que de mim, não querem gostar,
Realmente, pego todos os dias na vassoura para limpar,
Mas não me sento nela para andar a voar.
Apanharia uma multa do diabo por andar a voar,
Seria por andar em contramão e a assapar,
Para ver lá do alto o concelho de Ovar!
Com tantas bruxas no caminho deste fado,
Amanhã será um dia também bem carregado
Ainda há hoje esta festa não nossa e pagã...
Espero não encontrar mais nenhuma bruxa amanhã!

31 de Outubro de 2017

Hora de Inverno, hora de Inferno!

Mudança para a hora de Inverno,
Todos os anos, o mesmo Inferno.
A tarde nem finda, já parece escuridão,
Para quê mudar, para poupar o carvão?
Acabem com isto, cérebros de tição!
Já não estamos no tempo da I Guerra Mundial,
Acabem com esta treta ainda banal!
Hoje em dia, sentido, cada vez, menos, não faz,
É de noite cedo e eu ainda caio, tumba, catrapaz!
1916, há mais de cem anos, já lá vai
Mas temos de a mudar, sem soltar um ai.
Já não precisamos de poupar a tal energia,
Continuar nisto é tão chato, que até arrepia!
Em 1784, já se pensou atrasar a máquina da hora,
Para poupar velas, mas para quê?
Ó Churchill que ideia, a tua, afinal...
«Daylight Savings Time, oh Dear Lord»...
Até fazia sentido outrora, mas agora, cheira mal!
Com a crise do petróleo de 1973, novamente,
Se decidiu recuperar 1916; a sério, francamente?
Não tiveram mais nada de útil para fazer?
Ah, pois, esqueci-me da Directiva Europeia de 1981,
Que mais achas na fogueira veio meter!
Não tiveram nada de mais útil para fazer?
E, cá continuamos nós, mesmo contrafeitos,
Não é bom para o ambiente, para o bolso,
Para a carola também, mas «não há jeitos»!
Continuamos o relógio da vida, também a atrasar
E, no Outono, caem as folhas das árvores,
Cai sobre nós,igualmente, esta idiotice sem par.
Cá, em Portugal, andamos uma hora atrasados,
Em relação à maior parte da Mãe Europa,
Parece que o relógio nos comanda como a tropa!
Se fôssemos perguntar quem estaria a favor,
Penso que quase ninguém, iria, um sim, falar!
Mas, temos de atrasar o relógio da dor,
Claro, que as horas continuam a passar;
Mas porque razão já não podemos isto, mudar?

29 de Outubro de 2017

Alma antiga

Talvez, seja eu, uma alma antiga?
Neste mundo de maldade desmedida.
Por vezes devotada ao isolamento e solidão,
Velha na mente, velha na alma, velha no coração!
Como uma música, uma cantiga;
Talvez, seja eu, uma alma antiga?
Velha, não significa que seja alma antiquada.
Alma com uma visão diferente, mais maturada.
Não segue o rebanho nem o pastor normal,
É a ovelha negra, mas, será isso algo de mal?
O caminho seguido de solidão na vida...
Como uma música, uma cantiga;
Talvez, seja eu, uma alma antiga?
Alma da espiritualidade e do eu interior,
Alma da meditação, alma do amor.
Almas velhas dos sentimentos profundos,
O que não implica falta de sentimentos jucundos.
Apreciadores da simplicidade, intuição bem definida...
Como uma música, uma cantiga;
Talvez, seja eu, uma alma antiga?
Preferem pessoas de idade mais avançada,
A sua alma, do mundo, está desconectada.
É perfeccionista e gosta muito do rigor
Tem desejo de crescimento, cariz observador.
Adora o conhecimento, a sabedoria da vida...
Como uma música, uma cantiga;
Talvez, seja eu, uma alma antiga?
Gosta da intelectualidade, de novas áreas do saber,
Esponjas que absorvem as energias do outro ser,
Dos ambientes também, empática, emocional,
Não é como os outros, não é conotada de normal.
Como uma música, uma cantiga;
Talvez, seja eu, uma alma antiga?
Alma antiga, neste mundo perdida,
Que não segue multidões só porque sim...
Talvez seja eu, uma bem definida...
Uma alma antiga que vive em mim!,
Como uma música, uma cantiga,
Talvez, seja eu, uma alma antiga?

27 de Outubro de 2017