quinta-feira, 28 de dezembro de 2017




Não são raríssimas as vezes,
Que eu gosto de escrever,
Em verso ou em prosa.
É só o coração escolher.


Confesso, que, modo geral,
Prefiro a arte de rimar
É nos versos da vida,
Que eu me vou inspirar!

Até a corrupção, pode ser mote...
Vivemos num país a saque,
Espero que se note!

Não são raríssimas, as vezes,
Em que o chico-espertismo, impera.
Ladrões, corruptos, aldrabões...
Tornaram-se filhos da bruta fera!

Das roupas caras que se compra,
E à comida, que, pobre, não senhor
A riqueza, é a mais certa pobreza,
Daquele que não é nada, de facto,
Mas acha que deve ser doutor!

Ai, tanta gente que quer gambas,
E muito dinheiro quer ter
Tem cuidado que descambas!
Com a doença, pobreza do outro,
Riqueza, não deverás fazer!


E, é, para isto, que a poesia ,
Também deve, contudo, servir,
Ser a voz do povo silenciada...
Uma forma diferente de intervir!

Não suba o sapateiro, além da chinela,
Já diz o velho e desgastado ditado,
Mas neste país belo, mas corrupto.
Há muitos corruptos em cada costado!


Imagem: http://www.impala.pt/noticias/rarissimas-e-a-internet-disse-de-sua-justica/

Um bom ano de 2018

Desejo um próximo ano de 2018,
Que corra a todos de feição,
Desejo a toda a gente de coração!
Desejo à família, aos amigos, ao vizinhança,
Amor, paz, saúde, dinheiro, nunca é demais...
Ano que nasça com o condão da Esperança!
Que os sonhos se possam concretizar,
Que nos despeçamos deste ano de 2017
Com alegria, mas para dentro de nós a olhar,
Para que possamos espiritualmente crescer.
Unidos nesta felicidade, que é Amar!

Soneto à musa da poesia

Rosa perfumada, neste dia nascida.
Rosa com os espinhos do triste fado.
Não chegaste à Terra Prometida,
Aquela tal do Amor do Palácio Venturado.
Ó prosadora, poetisa, de alma portuguesa,
Artista das letras, da púrpura singeleza,
Nasceste, morreste para sofrer, ó Florbela,
Noblíssima pescadora da escrita mais bela!
Anjo caído com asas doiradas pela poesia,
Rosa alva, púrpura e negra, cedo tombada,
A cada dia 8 de Dezembro, sempre relembrada.
E foi a amar perdidamente. com o sangue,
A Alma em ti, tão cedo, partiu descontente,
Que até Camões te cantaria, numa poesia eloquente!
Florbela d'Alma da Conceição Espanca, nasceu a 8 de Dezembro de 1894 e pôs termo à sua vida em 8 de Dezembro de 1930.
Foi uma poetisa e prosadora portuguesa, nascida em Vila Viçosa, morreu em Matosinhos. Passou por Coimbra, Lisboa, Algarve, Esmoriz e um pouco por todo o país. Hoje também é o dia dela. Hoje é também o dia da Imaculada Conceição. Até ela tinha Conceição no nome. Em outros tempos, celebrava-se hoje o dia da Mãe. Florbela nunca conseguiu ser mãe. Os filhos morreram-lhe no ventre.

8 de Dezembro de 2017

Contrários

Muitas pessoas, dizem andar de feição,
Mas elas é que andam ao contrário.
Acham que quem é diferente é sem noção,
Mas elas é que não saem do seu próprio calvário!

Ser negra ovelha do rebanho, ser diferente
Nem sempre é realmente algo de desprestigiante.
Quem se acha melhor, é na verdade, prepotente
E espelha em si a imagem que acha do errante!

Não podem ouvir verdades, bem simples, sim
Lá por todo o mundo dançar a mesma dança,
Não quer dizer que essa sirva para mim!

Nem sequer quer dizer que eu queira dançar,
Posso apenas querer escrever, pintar, cantar...
Não aceitam quem eles acham não ser normal.
Mas afinal, digam lá que conceito é esse, afinal?

Fruto do desdém e do preconceito balofo,
Alimentado com doses excessivas de ignorância.
Bebem intolerância a quartilho... copo amorfo!

Ninguém tem o direito de o outro julgar,
As opções de cada um, o seu modo de ser
Se não estiverem o outro constantemente, a prejudicar.
Não vejo mal, sinceramente, deixem o outro viver!

Deixem o preconceito, a fanfarronice de lado,
Cada um procura a felicidade a seu modo,
Mesmo que não seja do comum agrado!



12 de Novembro de 2017

O Halloween

Hoje, dizem ser do Halloween, o dia;
Mas, é, um dia que nem nos diz respeito,
Até, porque constantemente, ó quem diria!
Vejo bruxas quotidianamente a torto e a direito!
Muitos mascaram-se hoje e no Carnaval,
Porém, usam, sempre máscara e um dia irá cair.
Armam-se em gente vip e acham-se no pedestal.
São mais bruxas que qualquer bruxa a nível mundial!
Todos os dias vemos já seres horripilantes,
Com mil demónios, vampiros, criaturas errantes...
Quem me dera esquecer cada encontro insconstante,
Depois lembro-me que não tomo o medicamento do elefante!
Por vezes, até eu, uma bruxa, sou, se calhar,
Aos olhos daqueles que de mim, não querem gostar,
Realmente, pego todos os dias na vassoura para limpar,
Mas não me sento nela para andar a voar.
Apanharia uma multa do diabo por andar a voar,
Seria por andar em contramão e a assapar,
Para ver lá do alto o concelho de Ovar!
Com tantas bruxas no caminho deste fado,
Amanhã será um dia também bem carregado
Ainda há hoje esta festa não nossa e pagã...
Espero não encontrar mais nenhuma bruxa amanhã!

31 de Outubro de 2017

Hora de Inverno, hora de Inferno!

Mudança para a hora de Inverno,
Todos os anos, o mesmo Inferno.
A tarde nem finda, já parece escuridão,
Para quê mudar, para poupar o carvão?
Acabem com isto, cérebros de tição!
Já não estamos no tempo da I Guerra Mundial,
Acabem com esta treta ainda banal!
Hoje em dia, sentido, cada vez, menos, não faz,
É de noite cedo e eu ainda caio, tumba, catrapaz!
1916, há mais de cem anos, já lá vai
Mas temos de a mudar, sem soltar um ai.
Já não precisamos de poupar a tal energia,
Continuar nisto é tão chato, que até arrepia!
Em 1784, já se pensou atrasar a máquina da hora,
Para poupar velas, mas para quê?
Ó Churchill que ideia, a tua, afinal...
«Daylight Savings Time, oh Dear Lord»...
Até fazia sentido outrora, mas agora, cheira mal!
Com a crise do petróleo de 1973, novamente,
Se decidiu recuperar 1916; a sério, francamente?
Não tiveram mais nada de útil para fazer?
Ah, pois, esqueci-me da Directiva Europeia de 1981,
Que mais achas na fogueira veio meter!
Não tiveram nada de mais útil para fazer?
E, cá continuamos nós, mesmo contrafeitos,
Não é bom para o ambiente, para o bolso,
Para a carola também, mas «não há jeitos»!
Continuamos o relógio da vida, também a atrasar
E, no Outono, caem as folhas das árvores,
Cai sobre nós,igualmente, esta idiotice sem par.
Cá, em Portugal, andamos uma hora atrasados,
Em relação à maior parte da Mãe Europa,
Parece que o relógio nos comanda como a tropa!
Se fôssemos perguntar quem estaria a favor,
Penso que quase ninguém, iria, um sim, falar!
Mas, temos de atrasar o relógio da dor,
Claro, que as horas continuam a passar;
Mas porque razão já não podemos isto, mudar?

29 de Outubro de 2017

Alma antiga

Talvez, seja eu, uma alma antiga?
Neste mundo de maldade desmedida.
Por vezes devotada ao isolamento e solidão,
Velha na mente, velha na alma, velha no coração!
Como uma música, uma cantiga;
Talvez, seja eu, uma alma antiga?
Velha, não significa que seja alma antiquada.
Alma com uma visão diferente, mais maturada.
Não segue o rebanho nem o pastor normal,
É a ovelha negra, mas, será isso algo de mal?
O caminho seguido de solidão na vida...
Como uma música, uma cantiga;
Talvez, seja eu, uma alma antiga?
Alma da espiritualidade e do eu interior,
Alma da meditação, alma do amor.
Almas velhas dos sentimentos profundos,
O que não implica falta de sentimentos jucundos.
Apreciadores da simplicidade, intuição bem definida...
Como uma música, uma cantiga;
Talvez, seja eu, uma alma antiga?
Preferem pessoas de idade mais avançada,
A sua alma, do mundo, está desconectada.
É perfeccionista e gosta muito do rigor
Tem desejo de crescimento, cariz observador.
Adora o conhecimento, a sabedoria da vida...
Como uma música, uma cantiga;
Talvez, seja eu, uma alma antiga?
Gosta da intelectualidade, de novas áreas do saber,
Esponjas que absorvem as energias do outro ser,
Dos ambientes também, empática, emocional,
Não é como os outros, não é conotada de normal.
Como uma música, uma cantiga;
Talvez, seja eu, uma alma antiga?
Alma antiga, neste mundo perdida,
Que não segue multidões só porque sim...
Talvez seja eu, uma bem definida...
Uma alma antiga que vive em mim!,
Como uma música, uma cantiga,
Talvez, seja eu, uma alma antiga?

27 de Outubro de 2017

Florbela

Florbela Espanca, da alma bela,
Mulher do amor, emancipada.
Poetisa, prosadora, tradutora,
De Portugal, para sempre namorada.
Alentejana, de nascença, ó sorte!
Mulher do mundo, de todo o país,
Rosa púrpura dos espinhos de morte,
Rainha coroada, também em Esmoriz!
Florbela, mulher, do amor sofrente,
Alma incompreendida, jamais esquecida...
Flor da morte precoce, cedo jazida!
E é desse amor que ama perdidamente,
Que todos os teus sonetos quiseram exaltar.
Serás sangue, suor, vida, de todos os que te irão recordar!

15 de Outubro de 2017

A República do rei morto

Instaurou-se a República no século passado
No ano de 1910, num país molestado.
Matou-se a monarquia para a fazer nascer.
Rei morto, não mais posto,o destino foi morrer!
Mesmo que possa ser melhor do que a Monarquia,
Matar alguém de ideologias diferentes, foi cobardia.
Escolhemos representantes em mais de 100 anos volvidos...
Entre recuos e avanços, ainda continuamos esquecidos!
Uma ditadura, acabou com a República e causou danos.
Regressou no 25 de Abril de 74 e ainda hoje faz anos.
Faz anos e, por isso, hoje, nós a podemos parabenizar,
Mas foi a 5 de Outubro de 1910, que começou a andar!
Entretanto, em tempos mais idos da nossa História,
De outro 5 de Outubro a história republicana, olvida;
Tratado de Zamora que não lhe vem à memória,
Independência do Reino de Leão, uma conquista sofrida!
Numa República e nela apenas, vivemos nós
E mesmo que possa até um regime político mais justo.
Teria sido mesmo preciso matar, haver um algoz?
Matando assim a Monarquia de outros egrégios avós!

5 de Outubro de 2017

Piam passarinhos no meu pensamento

Piam passarinhos no meu pensamento,
Voam com as asas da minha alma,
Trinam os acordes que afastam o sofrimento!
Aves, que o Homem inveja constantemente
Porque não sabem que, têm asas, afinal
Não voam como os pássaros, certamente,
Mas voam com as asas do amor latente!
Os passarinhos trazem nas penas, a beleza,
Nos seus cantos, a voz doce da Natureza.
Ao escutá-los,meu espírito, canta, com certeza!
A minha alma quer ser livre como ave sem gaiola.
Mas, como em todos nós, por vezes, vive aprisionada,
Sem forças para sair da prisão da vida malograda!
Porém, quando deixo o meu espírito voar livremente,
Atinjo o nirvana do meu ser, o pináculo da plenitude.
Chego ao Céu rapidamente - algo que nunca pude!
A nossa última morada, será além do firmamento,
Quando lá voltar àquela viagem, de todos, inicial;
Serei mais livre do que qualquer ave e não lamento...
Pois levarei deste mundo, as asas feridas do sofrimento.

1 de Outubro de 2017

A Ilha dos Poetas Desconhecidos

Lá longe, numa ilha bem remota,
Viviam todos os poetas desconhecidos.
Muitos queriam chegar à ilha devota,
Moradia dos consagrados e antigos!
Por entre os verdes campos, espreitava Camões
Lá, naquela ilha dos Amores e dos Corações
Parecia procurar na Ilha Vizinha Desconhecida,
As suas musas, e a sua Dinamene querida!
Na Ilha dos poetas sem poesia consagrada,
De poetas que se queriam dar a conhecer
Muitos tentavam fazer da ilha Vizinha, morada,
Mas acabavam por tombar, por falecer!
Pessoa acenava-lhes com a Mensagem,
E com as suas personalidades singulares,
Mas ainda estavam postos à margem...
Os poetas e as suas poesias peculiares!
Nem que cantassem bem alto o Amor,
Nem que amassem perdidamente,
Como fez do sangue, da vida, Florbela,
E Garrett com o pescador da Barca Bela!
Para os leitores que moravam na Ilha da Literatura,
A Poesia, era ainda a parente pobre, sem bravura.
Pois, achavam que era mais importante a prosa,
Mas a Poesia é o jardim, é a Mágica Rosa!
Nesta Ilha, a Poesia nunca deixou de se ler
Só que passa despercebida, menos apreciada,
Ela é a mais bela arte literária sublimada,
Do Poeta que escreve com a alma a sofrer!
Mesmo assim se ergue do alto do Coração,
Tentando viver em Paz com todas as Ilhas,
Porque o mar da saudade rodeia o seu Coração!
É assim o poeta, que faz da poesia, a sua canção!
Pintura de Jorge Marques -o Regresso à Ilha dos Poetas

10 de Setembro de 2017

O Regresso do Cão Vicente - Na Cãorrida Política

Deste ser que late, já não há muito a dizer: mete-se em tudo -
não sabe fazer nada! Que fonte de dislate, é este ser!
Meteu-se de novo naquela cãobeça com cérebro que mais parece ter excremento, cocó, fezes, bosta, titica, dejecto,excreção, esterco, estrume sujeira, imundície, porcaria, sujidade, lixo, lixeira, chiqueiro, esterqueira, que ser cãodidato é à maneira! 
Ó, que Joanne cãonino este, mas, de um reles versão das samicas de caganeira! Nem a Brízida Vaz lhe passaria à frente nem em língua cãoprida, nem em asneira!
Antes de se lançar na cãopanha, fez uma cãopilacão das ideias políticas, ou cão Pilacão, ou cão depilacão, sei lá: o que sei, é que ele está cada vez mais gagá!
No seu cãoputador e cãopenetrado no seu escritório em casota de paletes velhas de madeira e a cheirar ao seu chichi, lá cãopôs ele, o seu plano eleitoral, uma autêntica cãoganeira e tititi!
Queria fazer uma cãoligação; mas, só se fosse o Cãocrodilo, a juntar-se a semelhante cãogeminação!
Criou uns cãortazes dignos de aparecer nos tesourinhos das autárquicas; chiça, porra lá, para estas ideias tão antidemocráticas!
O que fazia mais cãofusão no seu plano autárquico e eleitoral, era a isencão de taxa de IMI, para a sua casa, dos seus cãopadres e de toda a zona fina- ideia suprema da ex-mulher CãocerTina! ,
Interesses, senhores, interesses! Já todos estamos cãorecas de saber que eles se davam muito mal, nem se podiam ver e tantas vezes, o caso era mesmo de hospital!
Mas nestas cãosas, muitas vezes, já se sabe! A cãoquista,é o que se sabe!
Nunca, se deveria aceitar um cãodidato deste cãolibre pessoal; não se vê que ele não tem tino, este grande animal!
Claro que é assim, mas não deveria ser, aceitar cãodidatos cão registo cãominal. Cãodidatos chanfrados da pinha, ignorantes, burros, estultos, estúpidos, idiotas, imbecis, ineptos, néscios, palermas, parvos, patetas - cãotados dos eleitores que ainda vão nestas!


16 de Agosto de 2017


O Regresso do Cão Vicente -no Verão, na Praia Cãomunitária


Cãotado, mais uma vez deste cãopassível animal; acha-se de novo, a cereja no topo de um bolo de tamanho cãotinental!
Pior do que este cão, só mesmo do Descãocito; tem ritmo apenas e, assim anima o povito!
Também o nosso cãoquistador de incãocebível falta de juízo, queria ir para a praia, para cãoquistar uma cãodela daquelas sem guizo!
Mais uma vez, cão um mau gosto descãomunal - calcão à Zezé Cãomarinha, modelo estreito, apertava tanto que o material parecia cão trafeito! E, se cãolhar, era!
O que ele não entendia, é que também cheirava mal. Não era nada cãodenatório, pensava o cão. Só que o bafio era tanto, que era uma olfáctica cãodenação!
Andava pela praia, armado em D.Afonso Cãoriques, mas o seu cãognome, não era de cãoquistador, mas de mestre-mor dos trelemeliques!
Pensava ainda ele - ó pobre cérebro cheia de ocas cãovidades, que cãoquistava todas as musas de todas as aldeias e cidades.
Atrás dele, a tapar a sua traseira, havia um cartaz - era também cãodidato às autárquicas - ó que cãosa tão cãotumaz!
Além das falsas cãopetências como cão respeitoso que dizia ser, ainda levava atrelado um cartaz daquilo que ele não era, mas queria ser!
Prometia mundos e fundos, até cerveja sem pagar e total isencão no IMI para as amigas da área fina; mas nem elas votariam nele, nem com ameaça de morte por estricnina!
Nem musas, nem votos, ó que lamentacão! Ainda não aprendeu a estar quieto, este grande aldrabão!
Cãotudo, teremos mais notícias políticas e não só, deste cãonídeo cãogeminador - não tem credibilidade, mas anda sempre armado em eloquente senhor. Não cãofessa o que é, mas toda a gente sabe que votar nele será um banzé!
Mas vamos ter de levar com ele; pois, só a 1 de Outubro, são as eleições. Vamos ter o nosso cãopatriota em cãopanha eleitoral em tom de reles dramaturgo; mas, afinal, não é só ele um cãodidato. E candidatos, como é natural, é o que não falta em cada burgo!

11 de Agosto de 2017

O Senhor Politicamente Certo


26 de Junho de 2017

ra uma vez, o senhor Politicamente Certo,
Dizia tudo, sem dizer nada em concreto,
Dizia fazer tudo e muita, muita coisa mais,
Queria agradar ao grupo Alfa, com uivos banais!

O que não admitia, ele, já todos sabemos,
Nem sempre o Politicamente Certo tem razão.
Não podemos ver só o que nós queremos,
Ou o que a sociedade, nos impõe de antemão.

A nossa sociedade, a todos, deve, respeitar.
Mesmo diferentes da maioria, não há que enganar,
Todavia,quem dela faz parte, a ela se deve tentar adaptar.
Tem direitos, deveres, mas mais regalias, não deve levar!

As coisas são como são, não se pode inventar,
Só para agradar à maioria só porque parece bem.
Não devemos ser carneirinhos do mesmo rebanho.
Ser ovelha negra, pode não ser mau; apenas, estranho!

Quem não quer ser lobo, nunca a sua pele deve vestir,
Nem deve sempre dizer tudo o que está a sentir,
Mas, se a sua opinião, ao Politicamente Certo, é contrária 
Não deve temer que o condenem como reles alimária!

O político deve evitar ser sempre Politicamente Certo,
Mas o Zé Povinho, também tem de aprender, decerto.
Aliás, todos nós, sem excepção neste mundo incerto!

Esmoriz

Em tempos passados, já imemoriais,
Mesmo antes da fundação do país,
Pelejava por montes, água e vales,
O rei Ermorico, que deu nome a Esmoriz
Rei forte, bravo, guerreiro, valente,
Rei suevo, bárbaro, homem viril...
Lá do alto do monte via o Castro de Ovil!
A Barrinha de Esmoriz, uma lagoa, já era,
Ermorico, dela aproximou-se e se enamorou;
Paixão impossível, profunda quimera!
Entretanto, a pequena Esmoriz, hoje cidade,
De pinhais, praias, mar e a bela Barrinha,
Abre os seus braços e, como criança se aninha!
Tem o Parque Sustentável do Buçaquinho,
Em plena comunhão com a Natureza,
Agora, os passadiços para completar em beleza!
Avifauna deslumbrante, podermos encontrar,
Sol, chuva, terra como bruto diamante...
Que ainda hoje se continua a lapidar!
Esmoriz, cidade do grande rei nobre,
De gente laboriosa, rica, gente pobre...
Terra de pescadores, poetas, escritores,
Terra, onde viveu algum tempo, Florbela,
Poetisa triste, mas com sorriso de mulher bela!
Esmoriz, com origem em tempos ancestrais,
Continua a sorrir; apesar do eco dos teus ais:
Canta, dança, chora; sabes, nunca é demais!
Há sempre alguém que por ti ti se enamora
Possuis beleza que renasce com a aurora.
Pode não ser aquela, a chamada de boreal!
Mas, tu, podes ser a namorada de Portugal!

6 de Junho de 2017


A Mãe que embala a Criança

A Mãe que embala a Criança

Aquela mão que embala o berço, 
É a mão da mãe que embala a criança,
Embala o nascimento, o recomeço
Do Amor daquele choro de Esperança!

Também a Mãe Terra, em seu coração,
Embala amorosamente Humanidade,
Deus, é o pai e o rei da suprema Criação,
Pai do Universo, Espírito da Eternidade!

A criação mais bela de Deus, neste planeta,
É toda a Natureza, o sorriso de uma criança...
Apesar de toda a marotice, erro que cometa,
Ela tem como missão levar ventos de mudança!

Há um Dia Mundial da Criança, que foi consignado
Há muitas entre elas que sofrem de coração rasgado!
Coração rasgado por guerras atrozes, malditas...
Perpetadas por adultos com pedra no Coração,
Elas sofrem; carregam pedras de desamor infinitas,
Pesos, fardos dolorosos, heranças da maldição!

Mas, de todas as contrariedades desta vida terrestre
Desta humanidade, que não sabe ainda amar
És tu, criança -o elo mais forte à Casa Celeste,
Mensageira incompreendida, que não se pode calar!

Ah, nobre criança, quanto mais teria de escrever,
Porque tu, tão pequenina, és tão grandiosa,
Bela, malandra, sorridente, aprendiz, bondosa...
Faltam-me as palavras... fogem da minha inspiração....
Mesmo que tentasse apanhar palavras na Imaginação,
Nunca te conseguiria definir, criatura prodigiosa...
Nem no meu mais belo poema em forma de canção!


3 de Junho de 2017


Ovar

15 de Abril de 2017


á ia lampeira, a formosa varina,
Vareira de alma e coração,
No cabaz...o peixe, seu ganha pão!

Saia abaixo do joelho, com bordado...
Seu olhar irradiava luz como que enamorado!

Triste, feliz sina, a desta mulher...
Trajava no corpo e alma, a sua cidade...
Como quem sabe sempre o que quer!

Sabia sempre o que queria, esta varina feliz
Era pura poesia quando deambulava pela cidade,
Como se seus lábios fossem versos...
Que iriam beijar o Romântico Júlio Dinis!

De famílias humildes, de gente do mar...
O seu corpo, a sua alma, bordava Ovar!

Pelas ruas antigas, velhos monumentos...
Seus olhos fotografavam a cidade.
Captando a beleza em pequenos momentos!

Casas, monumentos, da mais fina beleza
Rendilhados com a arte dos azulejos...
Pintados, talhados em forma de desejos!

Um cheirinho bom, entrava do nariz para o coração
Não era o cheiro do peixe que trazia, não...
Nem das boas iguarias e das boas caldeiradas...
Era do pão-de-ló -doçura das almas atormentadas!

Sempre alegre,radiosa, esta vareira sem igual...
Ela cantava, dançava, sorria para a vida...
Carregava no seu corpo de cidade, o Carnaval!

Esta varina é de Ovar, vareira de coração...
Traz em sua alma virtuosa a cidade...
Ela traja a beleza rendilhada, bordada
Em finos fios de beleza e de saudade!

As sombras negras da Árvore da Vida

Tu, ser humano, abjecto, torpe...
Tu és como uma árvore gigante...
Que semeia a semente da morte!
Nessa tua raiz sem qualquer substrato...
Não absorves água, mas veneno mortal,
Escondes-te debaixo da terra, como um rato!
Destróis qualquer vida, vegetal ou animal!
Os teus braços, são como grandes galhos,
A árvore tem folhas, tu mãos que ferem o coração...
Em ti, não há flores, só paus da destruição!
Os frutos da tua árvore, são de grande azedume...
Dás cabo de tudo o que existe no Mundo Natural...
Escutamos todos a Mãe Terra em queixume...
Lentamente cavamos o nosso cemitério terreal!
Ó Humanidade sem coração, não destruas, não!
A natureza, que como mãe te acalenta em seu seio...
O ambiente deve ser um todo e não um meio!
Às árvores, concerne, esta poesia, também,
Árvores da vida, símbolos sagrados da Criação;
Troncos na Terra e raízes submersas no Além,
Fecundidade, imortalidade, Paraíso do Coração!
Planta árvores, não as queiras todas destruir,
Não cortes o tronco que leva o sangue da vida...
É a ti mesmo que matas, até o teu coração sucumbir!
Elas trazem o oxigénio, esse ar que nos é vital,
Todo o ser vivo precisa dele para neste mundo viver...
Respiramos já o ar da maldade da poluição mortal!
A árvore precisa de cuidados, muita atenção
É como uma criança que precisa de amor,
Ela carrega em si as flores de toda a Vida,
Que só florescem quando dá frutos o Coração!
Por isso, o Livro da Tua Vida, escreve, ser humano...
Tudo o que Deus criou tem vida mesmo sem viver..
Acorda da letargia - ainda estás a tempo de escolher!

12 de Março de 2017

A Valsa Lenta do Planeta


Morres, Terra,dentro de nós e de mim;
Morres, tu, planeta azul sem fim...
A cada dia, morres, mais um bocadinho...
O Homem, embebeda-te, como se fosses vinho!

Tu, Terra, planeta da Humanidade vil,
És casa, para uns; para outros covil...
Terra, da nobre e bela Natureza...
Que esconde na poluição, a sua beleza!

Ó Homem, sem rumo certo...Homem infeliz...
Não destruas a tua casa, mestre aprendiz...
Que futuro terão as vindouras gerações?!
Um futuro poluído, feridas nos Corações?!
Na negritude latente respirarão os pulmões!

21 de Fevereiro de 2017
Estás doente, bem doente, precisas de cura...
Mas a Humanidade, só te fere e tortura...
Ó, que Humanidade que não te escuta...atroz...
Tu choras, clamas, mas silenciamos a tua voz!

Deveríamos saber preservar-te, Terra Amada...
Como se fosses para nós, eterna namorada!
Preservar animais, plantas...toda a Natureza...
Se tu morreres, nós também morremos com certeza!

Cada vez, que, tu, Homem, maltratas um animal;
Uma árvore, uma planta, cada ser sem igual...
É, a ti mesmo que feres, bruta e inconsequente fera...
Não queiras, fazer parte do oh, quem me dera!
Transformaste a beleza da Terra em mera quimera!

Nesta valsa lenta, de morte antecipada,
Neste planeta, palco da nossa evolução marcada...
Só, tu, Homem, podes conduzir esta dança...
E, impedir, a chacina, esta malfadada matança!

Não, vês, criatura, que habita neste planeta...
Que tens de mudar de rumo desta ampulheta...
Que corre, mais depressa que um furacão...
O tempo não pára, o compasso da destruição!

Pensa bem, antes, de as artérias da Terra, ferir...
Não as deves fazer sangrar constantemente...
Deves preparar o futuro, aquilo que está para vir...
Quando destruíres tudo, morres, de eutanásia premente!

O regresso do Cão Vicente :) O Cão Vicente -No corso cãornavalesco

De regresso, temos novamente, neste corso da vida: o nosso amigo cãospirador, cãotorcionista descãocertante, estonteante, cãornavalesco, pidesco, o famoso, o intrépido, o cãoquistador que só cãoquista asneiras, o Cão Vicente. Todos sabemos que ele é um ignóbil cãonídeo com sorriso daquela marca que lava o dente!
Decidiu voltar no Cãornaval, pois acha que ninguém o vai levar a mal! E, claro, sempre dá para dar umas apalpadelas, mascarado, às belas cãodelas!
Mas, afinal, porque esteve tão ausente, este incãoveniente cãotribuinte que afunda qualquer regime fiscal?
Ora, esteve num retiro espiritual: para se tratar com a oracão: rezou desde o Cão-Nosso, até ao Acto de Cãotrição.
Já todos sabemos o quão pecador é este cão - são tantos os pecados, que até dão a volta ao Universo e à mioleira. É como as cãoções da Maria Leal, são um pecado para a audicão, pois ela parece uma cãorpideira!
Mas, vamos lá ao que interessa, que é o regresso deste cão, que regressou para o Cãornaval, para se mascarar de engatatão...Engatatão?! Não,não, que ele é um cão e bem ciente da sua cãorilidade, nada de misturar as águas, que ele vai mascarado de excelentíssima majestade! Ou cãode ou majestade; porém, ele só se cãotenta com o título de rei!
Cuidado, que vai querer gamar o lugar ao rei de Ovar, para ver se fica com a peixeirinha, para ver se ela lhe faz o jantar!
E, lá foi o Cão Vicente, tentar infiltrar-se na cãomara municipal, para fazer a cãobeça ao presidente. Até pôs um bigode para ficar parecido com o rei quer foi escolhido democrãoticamente!
Efectivamente, que lá não foram em cãotigas - era o que mais faltava um aldrabão e a ainda por cima a tentar despir mais as raparigas!
Todos sabemos que este cãonídeo é bastante teimoso e, mesmo assim, tentou estragar o Cãornaval, este manhoso!
Este cão que não é nada cãociso, quer sempre ser o centro das atenções;todavia, tem grande falta de juízo!
Ele, bem tentou empurrar o rei do seu carro para ficar com a rainha, mas o que cãoseguiu foi uma cãoídela e uma dor na espinha!
Já viram isto? Este grande chouriço? Mas, com um rei e uma rainha daquelas ele levou com um cãoçarola de cãomarões no toutiço!
Cãotado, do seu traje de rei, ficou todo esfarrapado - todos foram atrás dele para lhe arrancar o pelo e ele a pensar que iria ser cãodecorado. Oh, cãotadito, cãodecorado, ele era mais um cão decorado a vergastadas. Até a Maria Leal iria dizer: «estou aqui só para ti», mas para te dar umas palmadas!
Que pesadelo terrível, não era rei, o Cãornaval foi um fiasco: ainda tinha essa cãorpideira a chatear e atirou-se, no Furadouro, de um penhasco!



18 de Fevereiro de 2017

Uma peça de teatro, é a vida


Uma peça de teatro, é a vida humana
Já o dizia alguém sábio, outrora...
Não permite mesmo qualquer ensaio...
O tempo é o relógio que marca a hora!

Nesta peça de teatro, de um acto só.
Entre cenas, contra-regras e bastidores
Só se repete uma vez o espectáculo...
E os Homens são actores e espectadores!

Neste palco diário, que é o nosso fado...
Nas contracenas por detrás desta cortina humana...
Espreitamos os nossos defeitos e virtudes
Esperando encontrar uma Humanidade ufana!

Sofremos este teatro em que vivemos diariamente
Ora,com felicidade, amor, ora com aspereza...
Neste teatro pleno de cenas,que a alma sente!
Actuando na condição humana, palco da nossa natureza.

É assim este espectáculo sem ensaio geral,
Aliás, sem qualquer ensaio, actuamos, deveras...
Devemos ser da nossa vida, o actor principal,
Ora sem palmas, ora com saudações sinceras!

E, nesta lufa-lufa que é o nosso viver...
Nós somos a peça, somos a cena, somos o acto...
Somos o actor, actriz em corpo de homem ou mulher...
Perguntando, afinal, quem somos nós de facto?!

  

1 de Fevereiro de 2017


Minh´alma



26 de Janeiro de 2017

Neste mundo que parece estar perto
Ao mesmo tempo tão distante...
Minh´alma às vezes, sangra, decerto....
Tão ferida, vagueia como um necromante!
É como se não me sentisse desta morada,
Ó! Que mundo carregado de tanto materialismo;
De pessoas absortas - cegas de espiritualismo.
Entendo, porém, quase sem nada entender...
Que este mundo é como lava a correr...
Neste vulcão que é a Humanidade em erupção!
Que teima em não querer uma erupção do Coração.
Se, muitos, os olhos da alma, conseguissem abrir,
Enxugariam as lágrimas com o lenço do amor...
Até enxaguar a dor e fazer as lágrimas sorrir!
Mas não vivemos ainda num mundo perfeito...
Porventura, mesmo assim cada um de nós é um eleito...
Que deve tentar fazer mais, melhor e com fervor...
Pois, deve aceitar dentro de si, essa missão superior.


Claro, que nem sempre, minh´alma é necromante...
Muitas vezes sente-se triste neste mundo distante...
Mas sabe que ainda tem uma missão lá bem adiante.
Minh´alma é quase como as fases da Lua,
Por vezes, é um longo quarto minguante...
Que parece mirrar e mirrar a cada instante.
Outras vezes, é, sem dúvida, um quarto crescente...
Que cresce, cresce e cresce e se renova...
Esperando muito calmamente a Lua Nova!
Finalmente, minh´alma também é redondinha
Como a Lua Cheia de uma noite estrelada
Que mata as minhas crateras até vir a alvorada.
Por vezes, vejo a alma como eclipse lunar..
Eclipso-me deste mundo, com a alma a divagar...
Das crateras de mim mesma, vejo meu espírito voar...
Ele voa lá para bem longe, para o mundo do sonhar!
E é assim, minh´alma, triste, outras vezes, feliz...
Neste mundo, ando constantemente a aprender...
Deus é o professor divino e eu a aprendiz!

Já Bernardo Soares escrevia,

Já Bernardo Soares escrevia,
E, desassossegado, sentia...
Que pegava no coração
E o colocava na sua mão.

Ó que triste e impávida ironia,
Ele, que em grãos de areia se dividia!
Num deserto de dor, perdido...
Vivo, mas como se tivesse morrido!

Como a folha que da árvore caía,
Aquele coração de outonal nostalgia
Vermelho, castanho, amarelado...
Que é a árvore despida do meu fado!

Neste mundo de desconcertação...
No qual, quem mais sofre é o coração...
Já outro enorme poeta sabiamente cantava...
A dor e a impiedade que no mundo grassava.

Ainda hoje vemos que é assim...
Nesta desfaçatez desumana sem fim...
Seres humanos a os outros pisar,
Sem pensar que a justiça irá chegar!

Mesmo que tarde bem e bastante,
Essa justiça que parece injusta e errante...
Que transforme a imensa dor lacinante
E os grãos de areia em brilhante diamante!

Para que esse diamante, mesmo por lapidar
Seja como um coração de vida a palpitar...
Porque sendo verdadeiro e bondoso,
Emana de si mesmo o brilho mais valioso!

Tantas vezes em desassossego constante
Vagueia o meu coração como um emigrante
Que procura no país da justiça celeste,
Melhores condições que nesta esfera terrestre.

Tal como Bernardo Soares uma vez mais,
Com a alma só comovida e em ais
Sonho... mas ainda com muito de vida,
Mesmo em dias de tristeza indefinida!


24 de Janeiro de 2017