terça-feira, 7 de abril de 2015

A Criança e a Guerra

Corria feliz,
Ar de maroto,
O angelical petiz!
Segurava, carinhosamente na mão,
O seu preciso brinquedo:
Lá, bem juntinho ao coração,
Como quem transporta um segredo!
Na rua, brincava, contente,
Num dia de Sol brilhante…
De repente…tudo fica diferente…
E o Sol dá lugar a um frio lancinante…
Sua irmã, junto dele…
A dizer para ele fugir…
Ali perto…um estrondo…
Profetizava o advir!
Pessoas caídas na terra…
Mortas, pelo monstro atroz.
Seu nome era Guerra…
As munições, a sua voz!
Alimentava-se de ódio cruel.
Bebia, aos goles, a dor!
Como uma fria…cascavel…
Que cuspia no amor!
A um canto, escondido
O rapaz chorava sua sorte…
Sobre os cadáveres… sofrido…
Num tom negro de morte!
Num mundo de dor latente…
Estava agora devotado…
Culpa do monstro pungente…
Ceifador do seu fado!
A um canto esquecido,
O seu brinquedo bem só…
Tal como a infância do menino…
Estava cheio de pó!
Infância perdida,
Num corpo de rapaz…
Criança muito sofrida, …
Cuja meninice ficou para trás!
Estilhaços na alma,
Estilhaços de dor…
Carrega nos braços…
A esperança e o amor!
Estilhaços no corpo,
Que a guerra causou,
Por aquele monstro sem dó,
Que a ira semeou!
O tempo passou…
O menino cresceu…
Corpo de homem…
O corpo de menino morreu!
Tantos anos de guerra,
Tantos anos de amargura
O monstro caiu por terra…
Renasceu a ventura!
Renasceu também a esperança,
O menino foi pai de um petiz
Voltaria a ser criança…
Podia de novo brincar…
E ser de novo feliz!
Guerra… Guerra…
Monstro da aberração
Não, podes, contudo,
Matar a paz, a esperança
E o amor no Coração!

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