Vivemos num mundo adormecido que grita, berra, brada, clama lá bem fundo nas suas próprias entranhas, profundezas; na profundidade, no âmago do seu ser… É um mundo que está letárgico, adormecido, entorpecido, desinteressado e, não é culpa dele – tamanha inércia: é nossa ! Nós, seres humanos, é que dormimos, até de olhos abertos; aliás é nesta cegueira de achar que vemos, mas na verdade, sem nada ver, que nos encontramos muitas vezes.
Estamos cegos, estamos privados da visão: coração e alma fechados, torpes, vivendo e/ou sobrevivendo a meio gás.
A culpa é de todos nós: uns mais, outros menos; todavia todos carregamos o peso de um mundo criado por nós. Se dorme, os culpados somos nós. Então, também deveremos ser nós a acordá-lo; porém, acordemos nós, primeiro.
No coração da humanidade, adormeceu o amor…sentimentos vãos, fúteis aonde a dor despertou.
O Amor, ou melhor a falta dele –o problema maior da humanidade. Pergunto eu: -mas o que é o Homem sem amor?!
- Não é nada: apenas alguém amorfo, oco, infeliz, que vive na ilusão de que vive e de que é feliz… Puro delírio, puro devaneio!…Alguns ainda vivem uma esperança delirante; outros nem por isso. E, pensam, que vivem…Mas não, sobrevivem, apenas e, muitas vezes nem se dão conta. São marionetas, marionetas do seu próprio destino…
No fundo, vivem uma ilusão de alegrias, mas estão tristes descontentes e os seus olhares infelizes e ausentes…
Basta estarmos atentos, sintonizados com o mundo, nem que seja por um momento bem pequenino para nos darmos conta de muitas coisas; conquanto de olhos bem abertos. E dámo-nos conta de quê?
Parte da humanidade vive achando que o amor também se pode viver pela metade. Já Chico Xavier dizia: «a gente pode morar numa casa mais ou menos, numa rua mais ou menos, numa cidade mais ou menos, e até ter um governo mais ou menos. A gente pode dormir numa cama mais ou menos, comer um feijão mais ou menos, ter um transporte mais ou menos, e até ser obrigado a acreditar mais ou menos no futuro.
A gente pode olhar em volta e sentir que tudo está mais ou menos… TUDO BEM! O que a gente não pode mesmo, nunca, de jeito nenhum…
é amar mais ou menos, sonhar mais ou menos, ser amigo mais ou menos, namorar mais ou menos, ter fé mais ou menos, e acreditar mais ou menos. Senão a gente corre o risco de se tornar uma pessoa mais ou menos.»
A gente pode olhar em volta e sentir que tudo está mais ou menos… TUDO BEM! O que a gente não pode mesmo, nunca, de jeito nenhum…
é amar mais ou menos, sonhar mais ou menos, ser amigo mais ou menos, namorar mais ou menos, ter fé mais ou menos, e acreditar mais ou menos. Senão a gente corre o risco de se tornar uma pessoa mais ou menos.»
É isto mesmo que acontece, parte da humanidade não se importa de ser e de viver mais ou menos, esquecendo-se, que até matematicamente, mais com menos dá menos! Ora, isso, na vida, não é nada! É zero!
Mas viver mais ou menos é viver? Amar mais ou menos é amar? Namorar mais ou menos é namorar? Sonhar mais ou menos é sonhar? Ser amigo mais ou menos é ser amigo? Acreditar e ter fé mais ou menos é acreditar, é ter fé?
A reposta é um rotundo e rechonchudo, não!
É um mundo de cuja humanidade renega a felicidade e desconhece a sua missão. Uma delas é ser feliz e acreditando ou não em Deus, não se esqueçam que também estão cá para ser felizes.
Basta olharmos para o rosto e o olhar das pessoas e paremos agora, por enquanto, apenas no amor: amor entre dois seres – homem e mulher e, até pessoas do mesmo sexo; sim, porque havendo amor, o que interessa se são do mesmo sexo?! Interessa sim o amor e que sejam felizes. Mas, por outro lado, o que vemos, é muita gente infeliz, porque vivem o amor pela metade e amor pela metade não é amor!
O que é esse amor? O que é o amor?! Impossível descrever totalmente e verdadeiramente este sentimento tão belo… Porém, há que gritar bem alto que é a força deste sentimento que move o mundo: gritar bem lá no fundo das nossas entranhas que é este sentimento que salva o mundo.
Amor?! Sentimento já tão cantado em poesia, já bastante musicado também nas músicas da vida… Amor é a mais bela intensa sinfonia, mas muitos fazem dele, apenas cacofonia.
Já dizia Camões que «amor é fogo que arde sem se ver», Florbela já o cantava «Perdidamente»…muitos vivem à procura dele, mas sem o encontrar.
As relações de hoje muitas vezes cedem ao mais pequeno golpe, à mais pequena machadada. Antigamente, tolerava-se tudo numa relação: está mal; mas também, hoje em dia, muita gente, separa-se por tudo e por nada. Acho que as pessoas já não entram numa relação a pensar que será bonito ficar com aquela pessoa até envelhecer: acompanhar as rugas da vida, compartilhar as tristezas e alegria como um sopro de vida e de luz… Mas não, desistem à primeira vicissitude. Não se deve tolerar tudo e vivermos infelizes: não pode ser oito ou oitenta!
Se vivem infelizes e se não dá mesmo, não fiquem prisoneiros do meio amor, tenham coragem para libertar-se e, bem lá, no fundo do túnel, poderão ver a mais intensa e fulminante luz e serem felizes, não pela metade, mas por inteiro, pois só assim se é verdadeiramente feliz!
Deixem-se levar nas asas do amor, que se metamorfoseia de diversas formas: também na amizade, que é mais uma forma sublimada de amor, pelo amor pelos filhos, o amor pela família, enfim…pelo amor…sentimento belo, puro, inocente, pleno que abre as asas para a humanidade como um anjo de luz, que nos alberga debaixo das suas asas. E, para quem acredita em Deus – Deus é também amor e também nos alberga nos seus braços espirituais.
A humanidade não deve é nunca, mas nunca viver sem amor: amor que arrebata, amor que nos consome, fogo, vida, fénix renascida…
Não deixem nunca calar a voz do Amor para que ele viva em nós, como uma intensa e eterna Primavera, na qual os passarinhos chilreiam no nosso coração e as flores perfumam a nossa alma.
Ó, nunca caleis, nem amordaceis este sentimento para que viva livre, pleno … Lançai a semente para que cresça em nós o mais belo jardim do intenso amor…
A vida sem amor não é vida, é meia vida! Semeiem, plantem, colham para que a humanidade não carregue o peso do mundo, mas para que o mundo carregue a humanidade nas suas costas.
Humanidade, não durmas mais: podes segurar em cada mão novo porvir, basta acreditares no Amor, viver em plenitude e num delírio incessante de esperança clamar, bradar, gritar que estamos vivos, que o nosso coração se afogou em amor!
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