terça-feira, 7 de abril de 2015

O Crepúsculo do Amor

O crepúsculo do Amor
Lá ao longe, no horizonte, Isabel, esperava que o Sol nascesse. Todos os dias ela se sentava na areia e olhava o mar; esperava o habitual espectáculo crepuscular.
O sol parecia bailar à sua frente – era a dança astronómica do Sol.
Ela acordava muito cedo, mas nem se importava com isso. Para ela, o mais importante era assistir àquela bonita dança astral.
Numa dessas manhãs mágicas, Isabel vê um vulto a aproximar-se: era um vulto de alguém desconhecido e parecia ser um homem. Ele perguntou se podia sentar-se ao pé dela – também ele queria assistir ao majestoso espectáculo diário do Astro-rei.
Era um homem de aspecto misterioso. Tinha um olhar penetrante de um azul índigo.
Ele adorava ver aquele lusco-fusco, aquele filme crepuscular, no qual o Sol era o actor principal.
Aos poucos, aquele homem enigmático chegou ao coração ferido de Isabel.
Sabem por que é que Isabel se sentava todos os dias naquela praia?
Isabel tinha conhecido o seu falecido marido naquela praia e numa manhã de sol nascente.
De repente, ela estava a viver recordações de auroras passadas.
O marido de Isabel tinha perdido a vida no mar- naquele triste dia, o seu crepúsculo tornou-se um crepúsculo de morte.
O nome do homem de olhar azul índigo era Fernando; ele conseguiu curar o coração em crateras de Isabel.
Numa dessas manhãs, o Sol parecia abraçá-los: foi nesse dia que deram o primeiro beijo e selaram para sempre o seu amor nascido nas madrugadas de aurora. Havia dentro deles uma claridade multicolorida envolta num sonho de amor matinal.

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