Era uma vez num país pequeno país vizinho do mar, uma escritora e poetisa que muito queria amar. Nascida em 8 de Dezembro de 1894, em Vila Viçosa, era uma alentejana de gema: uma figura ímpar da literatura portuguesa, enorme, enormíssima e nunca pequena.
Alma perdida se sentia como naquela noite em que o rouxinol cantou: alma incompreendida, alma que a sua prosa e poesia imortalizou. Poetisa, escritora, mulher… Mulher à frente do seu tempo…Mulher que soube o que quer. Mulher, simplesmente mulher!
Mulher da dor, mulher do sofrimento, mulher das duras penas, mulher do amor…
Poetisa que cantava o amor e seus permanentes desencontros. Cantava também a morte e a vida em contraponto.
Cantava a angústia, o tempo, a tão portuguesa saudade. Cantava a angústia existencial com uma divina magninimidade!
Com a beleza subtil de uma bela e singela flor: o seu nome Flor Bela, é a descrição mais bela desta Flor tornada Mulher, na mulher que desfolha as pétalas Amor! Nas suas poesias também enobrecia Portugal. Enobrecia também a sua terra natal.
Florbela Espanca – mulher sofrida, mulher triste, neste mundo perdida. Quando perdeu o seu irmão Apeles em 1897, esse foi o maior golpe no seu coração. Amava de tal modo o irmão querido, que era como que se com ele tivesse partido. Perdeu a mãe muito cedo, com 29 anos, na flor da idade. Foi registada como filha ilegítima, seu pai era já casado: era assim triste - os acordes do seu Fado. Perdeu também os filhos, fruto do mais profundo dos amores…Perdeu tantas coisas, tanta gente, neste mundo de dissabores. Perdeu tanto e tanto amou, procurou por si mas nunca se encontrou.
Flor de precocidade – escreveu o seu primeiro poema apenas com sete anos de idade.
Em 1907, o seu primeiro conto: «Mamã», escreveu…Era uma escritora versátil, que muito à literatura deu!
Casou-se três vezes, sempre procurando o amor, sem nunca o encontrar. Apenas encontrou a dor na sua busca por amar.
Florbela percorreu um pouco todo o país, desde o seu Alentejo Natal, até à nossa pequena terra (na altura aldeia), chamada Esmoriz.
Morou também em Esmoriz na Casela e no Lugar da Estrada Nova num espaço que hoje pertence ao Sr. Américo Relvas e morou também numa casa da praia de Esmoriz, perto do mar, que a todos os poetas faz encantar.
Era uma mulher recatada, um pouco perdida nesta aldeia junto ao mar sem saber ao certo o que amar. Consta-se que alguns poemas com a temática do mar foram escritos em Esmoriz e que quando se refere «à aldeia» possivelmente estará a referir-se a Esmoriz.
Poetisa da solidão, alma sofrida, alma revoltada, sobretudo depois que Apeles morreu num acidente de avião. O seu desejo era ir com ele – não se sentia deste mundo, para ela de dor e de solidão.
Antes da publicação da «Charneca em Flor» partiu para outro mundo, esta Bela Flor. Partiu no dia do seu aniversário de 36 anos em 8 de Dezembro de 1930, pensando por fim à sua dor.
Tentou por duas vezes por termo à sua vida. Para ela era a morte – a saída para a sua vida sofrida e alma perdida.
Partiu cedo esta mulher singular, tomando uma dose excessiva de barbitúricos e a morte acabou por a levar.
Porém, nunca morremos, apenas dizemos até breve, tal com esta poetisa, escritora, mulher… que o sofrimento, a vida, a morte, o amor e a dor tão bem descreve.
Deixou-nos o que de melhor soube fazer: a sua vasta obra, tão carregada de versatilidade: única, bela, original, intemporal e sem idade.
Poetisa/escritora que cantores e a música também - inspirou pelos seus poemas de encantar, apaixonando não só Portugal, mas também o Brasil do outro lado do mar. Deixe-se inspirar!
Poetisa e não só: mulher versátil, emancipada, única, incompreendida (até mesmo hoje). Poetisa, tradutora, contadora de histórias, prosadora, mas sempre se sentindo só.
Bela Flor, Flor Bela, Flor Bela de Alma da Conceição Espanca – portuguesa, mulher, escritora, poetisa, mulher única e original – a mais Bela Flor num país que é um encantado jardim de nome Portugal! Soneto da mais bela poesia em forma de mulher!
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