Carta de um amigo de 4 patas
Caros amigos humanos,
sim, eu sou amigo, vocês nem sempre o são.
Eu já estou velhinho. O peso da idade já paira e pesa sobre mim.
Estou velho e cansado, Já brinquei, Já vivi muita coisa. Sinto que o fim da minha vida está próximo. Tenho 14 anos em idade humana. Na idade de cão já passo dos 80.
Aqui, sempre fui bem tratado. Fui e sou tratado como um amigo, um companheiro, como mais um membro da família.
Sim, sou um cão idoso e vivido. Agradeço tudo o que fizeram por mim.
Muitos amigos meus não tiveram a mesma sorte. E os seres humanos ainda se dizem superiores aos animais! Que tristes, são esses que se acham superiores a nós e nos maltratam.
Sabem debaixo do nosso corpinho peludo, também há um coração, também temos sentimentos, sabiam?
Custa, porem-se no lugar de tantos animais abandonados? Gostariam que vos fizessem o mesmo?
Nós, não fazemos. Somos amigos para a vida. Somos fiéis, somos leais.
Quem não ama os animais, também não ama pessoas. Não ama ninguém, nem a si mesmo.
Em troca, da nossa parte, recebeis todo o carinho, amor e dedicação que um cão tem no coração. E é só isto que pedimos: amor, carinho, amizade, uma família para um grande e verdadeiro amigo.
Humanos, estamos aqui para vos auxiliar. Somos os vosso anjos de quatro patas.
Todos os animais que cá estão, estão cá para vos auxiliar e para vos ajudar a evoluir, para vos amar, para vos serem os amigos mais fiéis.
Sim, nós amamos, sim, nós temos sentimentos.
Humanos, tentem evoluir, por favor, pelo menos tentem.
Um dia, partirei para um sítio onde acredito encontrar outros animais e, onde poderei reencontrar os seres humanos que nos foram queridos.
Nós entendemos tudo, amigos: se vocês estão tristes ou alegres, se vocês estão nervosos. Se vocês vão partir de férias e nos deixam ao cuidado de alguém.
É uma alegria tremenda quando vocês regressam. Vocês nem imaginam a nossa alegria.
Pior, é quando nos abandonam depois de irem de férias. Seres humanos sem coração. Isso faz-se? Passamos fome, solidão, frio e vocês nem se importam connosco. Tendes o quê no lugar do coração? Uma pedra bem grande?
Sou um afortunado. Outros, não tiveram a mesma sorte do que eu. Eu tive sorte.
Um dia tive que aprender a dividir o meu espaço com crianças. Estava habituado a ser o rei da casa. Mas eu também sou como as crianças e, depressa entendo que elas também podiam ser minhas amigas. Por vezes, puxam-me as orelhas e o pelo e eu não gosto, mas sei que são apenas crianças.
Tenho só pena, de estar velho, de não ter as forças que tinha para correr com elas. Já ando devagarinho. Ouço e vejo mal, mas mesmo assim recebo carinho e fico muito feliz.
Só me fere o coração ver os meus amigos que não tiveram o mesmo destino do que eu a sofrer. Essas pessoas não sabem amar. Bem haja quem os recolhe e lhes dá um tecto e amor.
Repito, temos coração. Temos amor para dar.
Eu tenho e sou apenas um cão!
Estas poderão ser as minhas últimas palavras, ou talvez não, mas por favor não nos maltratem! Não maltratem quem vos dá amor! Este é o meu apelo por favor.
Assinado.
Um cão com amor no coração
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